Preparação com energia de Força, Amor e Vitória

3 years ago
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Finalmente, após 634 km, em 12 dias, chega em 24 de agosto, a Penha de França, onde fez o seu último pouso antes de entrar em São Paulo. Na manhã de 25, participa de missa na capela de Nossa Senhora da Penha, logo após segue para a Capital. Na Sé, assiste, com sua comitiva, à solene Te Deum e depois recebe o beija-mão de autoridades e do povo. Permanece alguns dias na Capital, nesse período conhece D. Domitila de Castro e Mello, a futura marquesa de Santos.

Em 5 de setembro, foi a Santos a fim de inspecionar as fortalezas e visitar pessoas da família de José Bonifácio, seu ministro de Estado. De regresso a São Paulo, no sábado, por volta das 16 horas, dia 7 de setembro de 1822, quando D. Pedro e comitiva se encontravam no alto de colina próxima do riacho do Ipiranga, dois cavaleiros em rápida carreira vão a seu encontro, eram o major Antônio Ramos Cordeiro e Paulo Bregaro ( o mensageiro) este, como correio-real da Corte, trazia diversas correspondências: cartas de sua esposa Leopoldina, de José Bonifácio; duas de Lisboa - uma de seu pai D. João VI e a outra com instrução das Cortes, exigindo o regresso imediato do príncipe e a prisão e processo de José Bonifácio, e a última de Chamberlain (amigo de confiança do príncipe D. Pedro).

CARTA DA PRINCESA LEOPOLDINA

"29 de agosto de 1822

Meu querido e muito amado esposo, mando-lhe o Paulo; é preciso que volte com a maior brevidade, esteja persuadido que não só amor, amizade que me faz desejar mais que nunca sua pronta presença, mas sim às crítica circunstâncias em que se acha o amado Brasil, só a sua presença, muita energia e rigor podem salvá-lo da ruína.
..As notícias de Lisboa são péssimas: 14 batalhões vão embarcar nas três naus, mandou-se imprimir suas cartas e o povo lisboense tem-se permitido toda a qualidade de expressões indignas contra sua pessoa, na Bahia entraram 600 homens e duas ou três embarcações de guerra.
Os ministros de Estado lhe escrevem esta carta, aqui inclusa, e assentou-se não mandar os navios para o sul porque o Lecor se desmacarou com Moratto e era capaz de embarcar a tropa para Santa Catarina; a sua vinda decidirá depois se sempre quer mandá-las.
Todos aqui estão bons e Maria já sai e o Manuel Bernardes a curou muito bem.
Receba mil abraços e saudades muito ternas desta sua amante esposa

Leopoldina

CARTA DE JOSÉ BONIFACIO

"Senhor, as Cortes ordenaram minha prisão, por minha obediência a Vossa Alteza.

E, no seu ódio imenso de perseguição, atingiram também aquele que se preza em o servir com a lealdade a dedicação do mais fiel amigo e súdito. O momento não comporta mais delongas ou condescendências.
A revolução já está preparada para o dia de sua partida. Se parte, temos a revolução do Brasil contra Portugal, e Portugal, atualmente, não tem recursos para subjugar um levante, que é preparado ocultamente, para não dizer quase visivelmente. Se fica, tem, Vossa Alteza, contra si, o povo de Portugal, a vingança das Cortes, que direi?! até a deserdação, que dizem já estar combinada. Ministro fiel que arrisquei tudo por minha Pátria e pelo meu Príncipe, servo obedientíssimo do Senhor D. João VI, que as Cortes têm na mais detestável coação, eu, como Ministro, aconselho a Vossa Alteza que fique e faça do Brasil um reino feliz, separado de Portugal, que é hoje escravo das Cortes despóticas.
Senhor, ninguém mais do que sua esposa deseja sua felicidade e ela lhe diz em carta, que com esta será entregue, que Vossa Alteza deve ficar e fazer a felicidade do povo brasileiro, que o deseja como seu soberano, sem ligações e obediências às despóticas Cortes portuguesas, que querem a escravidão do Brasil e a humilhação do seu adorado Príncipe Regente.
Fique, é o que todos pedem ao Magnânimo Príncipe, que é Vossa Alteza, para orgulho e felicidade do Brasil.
E, se não ficar, correrão rios de sangue, nesta grande e nobre terra, tão querida do seu Real Pai, que já não governa em Portugal, pela opressão das Cortes; nesta terra que tanto estima Vossa Alteza e a quem tanto Vossa Alteza estima.

José Bonifácio de Andrada e Silva".

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