Bandeiras e Bandeirantes no Espirito Santo - Parte II (1675)

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Bandeiras e Bandeirantes no Espirito Santo - Parte II (1675)
Em 1667, havia Alexandre de Souza Freire assumido o governo-geral do Brasil.

O Espírito Santo fora confiado a Antônio Mendes de Figueiredo, a quem Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendonça, novo Governador-Geral, ainda encontrou à frente dessa Capitania, após quatro anos de administração, quando, em maio de 1671, tomou posse na Bahia. Nessa ocasião, lamentou ter de afastar Mendes de Figueiredo, porque, dizia, já governara mais do que era «o estylo ordinário» — e, em setembro de 1671, nomeou, para sucedê-lo, Ignácio de Lescaro.

Chegou à Bahia, nesse mês, a notícia de que o Capitão Antônio Luiz Espinha havia descoberto algumas minas no Espírito Santo. Os *Documentos Históricos* reproduzem uma carta do Governador-Geral a Espinha. Em outubro seguinte, escreveu também ao Capitão-mor Lescaro, desejando que a viagem tivesse sido breve, e recomendou especial diligência para que aí fossem descobertas as esmeraldas...

Por uma carta de 1673, sabe-se que em julho desse ano servia no Espírito Santo, como Capitão-mor, Joseph Gonçalves de Oliveira. Em 1674, havia muitos indivíduos presos sem processo, por ordem desse Capitão-mor. Chamado à Bahia para se justificar, escreveu ao Governador, apresentando desculpas que não foram aceitas, reiterando-se-lhe, em setembro de 1674, a ordem para que logo embarcasse.

O governo da Capitania foi, então, confiado à Câmara de Vitória; era isso uma elevada prova de confiança naquela época. Oliveira Lima, procurando mostrar que o jugo da metrópole não era tão consumado como se pretende fazer acreditar, escreveu, com deplorável exagero, que bastava recordar o papel importante desempenhado, na vida colonial, pelos Senados da Câmara, «os quais, às vezes, até substituíam, nas capitais, os governadores...» (*D. João VI no Brasil*, vol. I, 68).

A Câmara de Vitória mereceu desse Governador-Geral grande consideração: em fevereiro de 1675, Furtado de Castro recomendou que a Câmara restituísse o governo ao Capitão-mor, que voltava — «advertido a não ocasionar nem outras queixas, nem outra demonstração.»

Era, nessa época, donatário do Espírito Santo Francisco Gil de Araújo, que comprara a Capitania, tendo sido a venda confirmada em Carta Régia de 8 de março de 1675. A Capitania atravessou, então, um período, infelizmente curto, de progresso e desenvolvimento.

Resurgiu também a preocupação com as minas: nomeado D. Rodrigo de Castelo Branco administrador-geral das minas, por alvará de 29 de novembro de 1677, mandou logo o cabo da tropa João de Mattos fazer uma entrada no sertão do Espírito Santo — «não se seguindo outro efeito que aumentar as despesas da Fazenda Real», segundo comenta Balthazar Lisboa.

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