TAXIDERMIA (Hungria, 2006) Legendado em Português.

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TAXIDERMIA (Hungria, 2006) Legendado em Português.
Taxidermia, de György Palfi, fez relativo sucesso nas mostras do Brasil em 2006, mas não logrou êxito em chegar ao circuito comercial. Explica-se: não é um filme agradável de se ver, pois tem cenas escatológicas e de difícil aceitação, como um pênis ser bicado por uma galinha – bem longe do cinema político de A Leste de Bucareste e do aborto clandestino de 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, os romos da vez.

Prepare-se: como cenas são fortes. A história da Hungria e da Europa Central é apresentada por meio da vida de três gerações (avô, pai e filho). O avô é soldado do exército comunista na Primeira Guerra Mundial que passa os dias se masturbando num vilarejo minúsculo e entiante. Esconde-se no banho coletivo local para ver as mulheres urinarem e, com a imagem da nudez em mente, alivia-se antes de dormir.O diretor não economiza nos barulhos nojentos e cenas repugnantes, como o soldado fazendo sexo com uma leitoa abatida, do pênis sair um jato de fogo e por fim a cozinha dando-lhe uma bicicleta no membro. Ele termina morto pelo comandante e seu filho nasce com um rabo de porco.

Na segunda parte do filme, o filho, já sem o rabo, torna-se um obeso mórbido depois de participar, desde criança, etc, de concursos em que o campeonato era o que ingeria a maior quantidade de comida. Apaixona-se por uma mulher bem gorda, também competidora na modalidade, e com ela terá uma lua de mel basante igual a de tantos outros casos – os quilos a mais não impedem o clima romântico, regado a Samba da Bênção, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, na interpretação de Bebel Gilberto. Desta relação nasce o representante da terceira geração, o raquítico taxidermista do título,que passa a terceira parte do filme empalhando animados e a si mesmo, guardando seu próprio corpo para a eternidade.

O proteiro parte de contos escritos por Lajos Parti Nagy; a trilha sonora, muito bela, é assinada por Amon Tobin, compositor que nasceu no Rio de Janeiro e faz parte da vanguarda chique européia – suas músicas não saem das trilhas das coreografias de Pina Bausch. Enfim, há uma certa sofisticação nos temas, na crítica ao regime comunista, na maneira como a sociedade actual discrimina os obesos, na, na intricada elaboração dos planos-seqüência e no inteligente uso da câmera digital. Mesmo a reconstituição de época e nos cenários estilizados perceba-se que o diretor teve educação tanto cinéfila quanto humanística. Sua verborragia não é nem acidal muito menos gratuita.

Palfi, o diretor,chega a recriar os contos dos irmãos Andersen dentro de um exemplar de A Menina dos Fósforos, um dos contos dos escritores, além de conseguir, com um giro de 360 graus numa mesa banheira (plano impressionante), perpassar toda a história e resumo como intenções do filme. Enfim, é o que Peter Grenaway fazia quando estava com gás.

Bizarro e grotesco, Taxidermia é cativante. Sua narrativa vertiginosa é perfeita para seu universo massacrante do regime soviético e da sociedade atual. Sua “ feiúra ” é sensual, barroca, tocante, enquanto a beleza é fria, cerebral, anódina. Não é um filme para estômagos fracos, talvez por isso não ter passado no Brasil.perpassar toda a história e resumo como intenções do filme. Enfim, é o que Peter Grenaway fazia quando estava com gás.

Bizarro e grotesco, Taxidermia é cativante. Sua narrativa vertiginosa é perfeita para seu universo massacrante do regime soviético e da sociedade atual. Sua “ feiúra ” é sensual, barroca, tocante, enquanto a beleza é fria, cerebral, anódina. Não é um filme para estômagos fracos, talvez por isso não ter passado no Brasil.perpassar toda a história e resumo como intenções do filme. Enfim, é o que Peter Grenaway fazia quando estava com gás.

Bizarro e grotesco, Taxidermia é cativante. Sua narrativa vertiginosa é perfeita para seu universo massacrante do regime soviético e da sociedade atual. Sua “ feiúra ” é sensual, barroca, tocante, enquanto a beleza é fria, cerebral, anódina. Não é um filme para estômagos fracos, talvez por isso não ter passado no Brasil.

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