Let There Be Light: Uma visão silenciosamente devastadora dos efeitos da guerra na mente humana (legendado)

Encomendado e depois suprimido pelo governo dos Estados Unidos, este filme de 1946 segue veteranos tratados por traumas. Com o objetivo de educar o público sobre o transtorno de estresse pós-traumático e seu tratamento entre os veteranos que retornam, a apresentação improvisada do filme sobre transtorno mental levou à supressão de Let There Be Light (Faça-se a Luz) pelo governo dos Estados Unidos, e assim não foi lançado até a década de 1980.

O filme foi o último de uma trilogia de John Huston (1906-1987) produzida a pedido do governo dos Estados Unidos. Este documentário (intitulado "PMF 5019") segue 75 soldados norte-americanos que sofreram traumas emocionais debilitantes e depressão. Uma série de cenas narra sua entrada em um hospital psiquiátrico, seu tratamento e eventual recuperação. Alguns dos tratamentos envolviam drogas então novas e hipnose, e dava-se a impressão de curas milagrosas, embora a narração diga que haverá cuidados psiquiátricos contínuos.

Grande parte das filmagens foi feita no Edgewood State Hospital, Deer Park, Long Island, Nova York, que entre 1944 e 1946 fez parte do Mason General Hospital, um hospital psiquiátrico administrado pelo Departamento de Guerra dos Estados Unidos em homenagem a um médico e general do Exército.

O filme foi polêmico por retratar soldados em estado de choque por efeito da guerra. "Vinte por cento das baixas do nosso exército", diz o narrador, "sofreram sintomas psiconeuróticos: uma sensação de desastre iminente, desesperança, medo e isolamento". Pouco depois de ser concluído em 1946, o filme foi proibido pelo Exército. Apenas algumas cópias foram feitas naquela época e o filme ainda não foi amplamente distribuído, embora algumas cópias piratas tenham sido feitas.

Quando Huston quis mostrar Faça-se a Luz em pequena escala no Museu de Arte Moderna, a Polícia Militar interveio e confiscou seu exemplar; o Departamento de Guerra recusou-se a devolver. O Exército alegou que o filme violava a privacidade dos soldados retratados. Huston disse que seu filme foi proibido porque o Exército temia que tivesse um efeito desmoralizante e impacto no recrutamento de futuros soldados. Ele explicou que as Forças Armadas se agarraram a um "mito guerreiro" ultrapassado: soldados americanos que vão para a guerra, realizam feitos heroicos e regressam à vida civil cotidiana fortalecidos pelas suas experiências, com o seu espírito de luta intacto. Os defensores da "segregação racial" nos Estados Unidos também criticaram o fato de o filme mostrar o tratamento comum e não segregado dos soldados brancos e afro-americanos.

Somente em 1980 – 34 anos após sua conclusão – o filme foi lançado pela Secretaria do Exército. A liberação pelo secretário do Exército, Clifford Alexander Jr., foi atribuída a seu amigo Jack Valenti, que trabalhou para suspender a proibição.

Em 1981 foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Cannes na seção "Un Certain Regard" – embora em cópia de má qualidade.

Em 2010, Faça-se a Luz foi adicionado à coleção de filmes da Biblioteca do Congresso (classificado como "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo") e posteriormente foi amplamente restaurado. O filme faz parte do arquivo Periscope Film LLC, uma das maiores coleções históricas de imagens militares, de transporte e de aviação dos Estados Unidos.

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