O Estado do Espírito Santo (Revista Fon-Fon - 1923)

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ENTRE os Estados do Brasil que melhor e mais denodadamente têm sabido caminhar na vanguarda do progresso, conservando, sempre, uma feição moderna no terreno da economia particular, o Espirito Santo occupa merecida e indiscutivelmente, posição de lisongeiro destaque.

Ali, o braço do homem não conhece o desanimo nem o cansaço e é devido sobretudo a esse facto que aquelle pequeno pedaco da terra brasileira pode orgulhar-se de ser, hoje, uma das mais prosperas unidades da Federação.

A historia do Espirito Santo é simples o bella.

Descoberto, em 1504, polo navegador portuguez Christovam Jacques, foi, antigamente, constituido pela capitania do mesmo nome, doada ao fidalgo Vasco Fernandes Coutinho. Em 1535, esto donatario fundou a villa do Espirito Santo, que passou, mais tarde, a chamar-se Villa Velha e, depois, quando elevada á categoria de cidade, novamente a Espirito Santo, feita a capital da nova colonia.

Quando foi creada a Villa Nova, na ilha de Duarte de Lemos, Vasco Fernandes Coutinho, acossado pelos indios em Espirito Santo, foi obrigado a transferir-se para aquella, que é hoje, a cidade de Victoria, actual capital do Estado.

Annos depois, creavam-se, por iniciativa dos jesuitas, os nucleos populosos mais antigos do territorio estadual: Serra, Anchieta, Santa Cruz, São Matheus e Nova Almeida.
Augmentado, em 1753, com annexação da capitania da Parahyba do Sul, o Espirito Santo passava, em 1832, isto é, 79 annos mais tarde, a formar a provincia do Rio do Janeiro. Até 1799, esteve sujeito á capitania da Bahia. Nosso anno, era elevado categoria do capitania independente.

A primeira constituição do Estado foi promulgada 20 de junho do 1891 0 a segunda um anno depois, a 2 do maio de 1892, já no actual regimen.

Dahi para cá tem sido reformada varias vozes, a ultima em 1922.
O Espirito Santo, Estado embora pequeno no territorio, que mede apenas 45.000 kilometros dos, é relativamente rico, produzindo com abundancia café, assucar, farinha de mandioca, arroz, feijão, orchideas, areias monasiticas, cacao e outros generos.

O seu commercio é feito, em grande escala quasi todo com o Rio de Janeiro e com alguns portos do norte.
O café e as madeiras constittuem a maior e melhor fonte de renda do Estado.

Si bem que pouco, o Espirito Santo é, tambem industrial, possuindo fabricas de tecidos, de ceramica, de utensilios silico-calcareos, de perfumarias, de papel, grandes usinas, officinas de mechanica, serrarias, sellarias, marmoristas e marceneiros habilissimos.

Ha, no Estado, os 31 municipios seguintes:

Victoria, Cachoeira de Itapemirim, Santa Leopoldina, Espirito Santo, S. Matheus, S. Pedro de Itabapoana, Alegre, Alfredo Chaves, Affonso Claudio, Anchieta ou Benevente, Cariacica, Espirito Santo do Rio Pardo ou Muniz Freire, Guarapary, Itapemirim, Collatina, Nova Almeida, Pau Gigante, Piuma, Ponte de Itabapoana, Riacho, Rio Novo, Rio Pardo, Santa Cruz, Domingos Martins, Santa Thereza, São João do Muquy, S. José do Calcado, Vianna, Itaguassu, Barra de S. Matheus e Serra, cujas sédes ficam à excepção de Nova Almeida, Piuma, Domingos Martins, Itaguarassú e Barra de S. Matheus, que as têm
respectivamente, nas villas de Timbuhy, Iconha, Campinho de Santa e Bôa Familia e na Cidade de Conceição da Barra - ficam nas localidades do mesmo nome.

Desses municipios os mais importantes, pela sua população e pelo seu commercio, são as Victoria, Alegre, Cachoeiro de Itapemerim e Cachoeiro de Santa Leopoldina, em cada um dos quaes se acha installada uma prefeitura municipal, cujo chefe de dois em dois annos, substituído.

Duas villas ainda conta o Estado: a de Piuma, no municipio do mesmo nome, e a de Linnhares, no de Collatina.

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