Trindade, A Ilha da Aventura (Revista Manchete - 1969)

1 year ago
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Nessas águas profundas do Atlântico. o caçador submarino deve estar sempre atento para as súbitas investidas dos tubarões.
Nas águas profundas da ilha de Trindade, em pleno Atlantico, o mergulhador corre o maior perigo quando retira de sua toca e reboca ate a lancha uni peixe arpoado. Essa operação faz com que a caça fique muito próxima do corpo do caçador: ao pretender furtar•lhe a garoupa, o badejo ou a barracuda, um súbito tubarão esfomeado tem força para partir ao meio o corpo do homem que segura o arpão. Grandes cações atacaram por duas vêzes, com extrema voracidade, o grupo de submarinistas que visitou a ilha, na mais recente das viagens periódicas do navio-hidrográfico Sirius, da Marinha de Guerra. Em ambos os casos, o ataque ocorreu no momento mais difícil e crítico da pesca.

Reportagem de HILSON CARVALHO WAEHNELDT;
Fotos de ALBERTO CASAES e MAURO ESTEVES.

Nos primeiros tempos, era uma temeridade desembarcar nas praias e bancos de coral que cercam a ilha de Trindade.
Usavam-se para isso barcos a remo ou jangadas improvisadas. Os primitivos navegadores portuguêses e espanhóis, seus sucessores da Inglaterra e da França e os piratas do Caribe repetiram muitas vezes êsse feito.

A história menciona, no entanto, muitos incidentes. O último dêles ocorreu há dois anos, quando o destróier Beberibe encalhou num banco de coral. Ali permanece até hoje: não há mais esperança de resgatá-lo. O desembarque da carga, através da cabrita, realiza-se na enseada dos Portuguêses, próxima da baixada onde ficam os prédios do Pôsto Oceanográfico Ilha de Trindade e onde se pretende abrir um campo de pouso para aviões.

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