Jogo ilegal no Espírito Santo (1956)

11 months ago
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O jôgo impera no Espirito Santo - 1956.

Chiquinho Aguiar, a governador udenista, fecha os olhos aos cassinos de Guarapari.
O Jogo é matéria proibida em todo o território nacional. Ao que sabemos, sabem pelo menos quantos acompanham de perto a legislação vigente, nao existe ainda nenhum ato offcial revogando o decreto que manda para cadeia quantos façam roleta um meio de vida.

Assim tem sido, aqui no Rio, onde os autoridades policiais não dão tregua nem mesmo ao tradicional "jogo do bicho", perseguindo os contraventores, surpreendendo ântros clandestinos, prendendo os que desrespeitam e, ordem e a lei.
Em Minas Gerais e em São Paulo, o mesmo se está verificando, tanto assim que telegramas procedentes daqueles Estados dão-nos noticia de que até mesmo nas estancias balneárias o jogo é matéria proibida.

Entretanto, há uma parcela, um trecho do territorio brasileito que se constituiu em exeção, protagonizando aos jogadores um clima de proteção e bênevolência, favorecendo mesmo aos que gostam de fazer sua "fezinha" na voragem do pano verde. E' o Estado do Espirito Santo.
O Governador udenista Francisco Lacerda de Aguiar, desde que assumiu o governo capixaba não faz outra coisa senão prestigiar os banqueiros, incentivar a batota, acobertar os apostadores de todos os jogos de azar.

GUARAPARI, PARAISO DO JOGO

Em Vitória, joga-se em toda parte. Nos cassinos da Praia do Canto, Praia Comprida e Praia da Costa, na buate "Vagalume", em varios outros locais de "diversão".

Entretanto, o local onde o jogo constitui o ponto alto da economia do proprio municipio é Guarapari, a famosa estancia balneária das areias pretas.
No Radium Hotel, joga-se desbragadamente. Em todos os hoteis de Guarapari, vêem-se pessoas viciadas advindos dos mais longinquos Estados do Brasil, e até mesmo pessoas que costumavam dirigir-se a Riviera, no Uruguai, para jogar, preferem os aviões que demandam à capital capixaba e uma hora depois um ônibus luxuoso as deixa na terra guarapariense.

Chiquinho Aguiar sabe de tudo. Sabe e fecha os olhos. O que há, de inexplicável nisso tudo, é que se precisa elucidar. Ou o governador udenista pretende contrapor-se à autoridade federal, eleito que foi por uma corrente de oposição, ou existe uma legislação especial que, lhe permite o império da jogatina.
Mas, claro, mesmo, não existe nada.
Muito antes, pelo contrário.

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