Surto de hepatite A no Brasil

1 year ago
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Os casos de hepatite A saltaram 56,2% no Brasil em 2023. As Cidades como São Paulo, Porto Alegre e Florianópolis emitiram alertas epidemiológicos.

Em São Paulo, o número de infecções já ultrapassa o total somado dos dois anos anteriores com mais de 225 casos até setembro.

A baixa cobertura vacinal entre crianças, abaixo de 60%, mantém o vírus em circulação até chegar nos adultos, que não foram imunizados quando pequenos.

A transmissão ocorre por via fecal-oral, principalmente pelo consumo de água e alimentos contaminados e por relações sexuais sem proteção.

As hepatites virais são infecções que atingem o fígado causadas pelos vírus A, B, C, D e E. No Brasil, a grande maioria dos casos é associada aos tipos A, B e C. Segundo o Ministério da Saúde, as contaminações costumam ser silenciosas, mas quando se manifestam causam cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados (icterícia), urina escura e fezes claras. Quando não tratada alguns tipos, podem ser um fator de risco para desenvolvimento de câncer de fígado e cirrose.

No caso da hepatite A, a transmissão ocorre por via fecal-oral (contato de fezes com a boca). Por isso, tem alta relação com as condições de saneamento básico, qualidade da água e higiene pessoal e de alimentos. O vírus também pode ser disseminado em relações sexuais por meio do sexo anal, que propicia o contato do ânus com a boca, ou com alguma região contaminada com fezes.

A notícia boa é que existe vacina para hepatite A! Também é possível realizar um exame de sangue para a avaliação se a pessoa já teve contato com o vírus.

E quem pode se vacinar?

Atualmente, a dose única faz parte do calendário infantil com indicação para ser aplicada aos 15 meses de idade, podendo ocorrer entre os 12 meses até os 5 anos incompletos. Nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs), determinados adultos considerados de maior risco para doença grave também podem receber a vacina, que é administrada no esquema de 2 doses, com intervalo mínimo de 6 meses entre elas.

São eles:
-Hepatopatias crônicas de qualquer etiologia, inclusive infecção crônica pelo HBV e/ou pelo HCV;

-Pessoas com coagulopatias, hemoglobinopatias, trissomias, doenças de depósito ou fibrose cística (mucoviscidose);

-Pessoas vivendo com HIV;

-Pessoas submetidas à terapia imunossupressora ou que vivem com doença imunodepressora;

-Candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes, ou transplantados de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea);

-Doadores de órgão sólido ou de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea), cadastrados em programas de transplantes.

-E recentemente nas regiões com aumento do número de casos, como em São Paulo, homens que fazem sexo com homens e mulheres trans, também foram incluídos no programa nacional de imunizações.

Porém se você acha que pode se enquadrar por ter um comportamento de risco, vale muito fazer a vacina. Converse com um clínico ou infectologista.

A hepatite A em adultos pode ser grave.

Lembrando que não existe tratamento específico para hepatite A. Fazemos o tratamento de suporte, que é basicamente remédios para o controle dos sintomas.

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DRA. RENATA BERANGER
MÉDICA INFECTOLOGISTA
CRM 52.71730-4
RQE 36746

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