Vereador do PDT do Ceará diz que autismo se resolve “na peia” e “na chibata”

1 year ago
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O vereador Eúde Lucas (PDT-CE) ofendeu portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA) durante seu discurso no plenário da Câmara Municipal de Jucás, no Ceará, na quarta-feira (20/9). O parlamentar afirmou que o problema se "cura" com "peia" ou "chibatada".

Lucas, que também é presidente da casa, se referiu às mensagens de apoio recebidas pela atriz Letícia Sabatella, que foi diagnosticada com TEA recentemente. O vereador diminuiu o teor das mensagens, dizendo que "não adianta falar que ama alguém com TEA".

O TEA é um transtorno neurobiológico que afeta a comunicação e a interação social. A condição é caracterizada por padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.

O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) considera que as características do TEA são "prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social e, também, padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades".

O Ministério da Saúde (MS) considera que parte do tratamento do TEA é justamente o acolhimento. A pasta afirma que é importante "promover a inclusão e a participação social das pessoas com TEA".

A fala do vereador Eúde Lucas foi condenada por entidades que defendem os direitos das pessoas com TEA. A Associação Brasileira de Autismo (Abraça) emitiu uma nota de repúdio à declaração do parlamentar.

"A Abraça repudia veementemente as declarações do vereador Eúde Lucas, que ofendeu os portadores de TEA ao afirmar que o transtorno se 'cura' com violência. As pessoas com TEA são seres humanos e merecem respeito", diz a nota.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados também se manifestou sobre o caso. Em nota, a comissão afirmou que "repudia veementemente as declarações do vereador Eúde Lucas".

"A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados repudia veementemente as declarações do vereador Eúde Lucas, que ofendeu os portadores de TEA ao afirmar que o transtorno se 'cura' com violência. As pessoas com TEA são seres humanos e merecem respeito", diz a nota.

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