‘O Foro de São Paulo é um avanço feroz contra os inimigos políticos’ #shortsvideo

1 year ago
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Como a imprensa, de maneira geral, trata do assunto?
Ao longo destes trinta anos, existe um roteiro para o tratamento do FSP, que defino na seguinte ordem: passo 1: O Foro de São Paulo não existe, isto é teoria da conspiração; passo 2: O Foro de São Paulo não é nada do que dizem, é somente uma reunião de velhinhos saudosistas das ideias socialistas da época da Guerra Fria; passo 3: O Foro de São Paulo existe, mas ele não é uma ameaça à democracia, é somente um fórum de debates de ideias da esquerda; e passo 4: O grande problema do Foro de São Paulo é que ele existe, mas não com o poder que lhe é conferido. É tão-somente utilizado como uma ferramenta de discurso político eleitoral, tornando este grupo em uma ferramenta a ser explorada pela direita em todo o continente.
O que é o FSP, e como a organização atua no cenário geopolítico da América Latina?
O FSP é, em suma, uma organização de diversos partidos revolucionários de esquerda da América Latina. Note, é importante diferenciarmos o que a maioria das pessoas entende por partido político daquilo que os revolucionários chamam de partido. Os partidos democráticos, em geral, atuam na formulação de pautas e regras de existência baseadas em leis nacionais e no respeito ao “Estado Democrático de Direito”. Respeitam a alternância de poder e entendem as diferenças políticas como parte do jogo, que deve passar por escrutínio da população por meio de eleições, em que escolhem seus representantes em diversas esferas do poder público para reger os rumos da nação. Os partidos revolucionários que compõem o FSP, mais necessariamente os comunistas e socialistas, enxergam a política como uma extensão da guerra revolucionária. Aqui, cada um faz parte de uma unidade supranacional que deve cooperar mutuamente para a tomada do poder. Em geral, seus adversários não são tão-somente derrotados eleitoralmente, mas precisam ser eliminados do debate público. Se os meios forem propícios, devem ser expurgados da existência. Exemplos não faltam: Cuba, Nicarágua, Venezuela, Bolívia e Argentina. Além de tentativas como as do Brasil.

Fonte: revista Oeste

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