História da cidade de Angical Bahia

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História da cidade de Angical Bahia.

Histórico

A margem esquerda do Rio São Francisco pertencia à Província de Pernambuco até o ano de 1828, quando foi anexada à da Bahia. Declarou em carta datada de 1700 o governador de Pernambuco, Dom Fernando de Mascarenhas e Lencastro: - ″A Casa de Torre, os herdeiros de Antonio Guedes de Brito e Domingos Afonso Sertão são senhores de todo o sertão de Pernambuco″. E Borges de Barros, em sua obra Bandeirantes e Sertanistas, informa: ″A colonização da parte ocidental do Rio São Francisco, na região que vai de Casa Nova a Remanso, a Pilão Arcado, Barra do Rio Grande, Santa Rita do Rio Preto, Campo Largo, Angical, Santa Maria da Vitória, Sant′Ana do Brejos, Barreiras, Correntina, e Rio Carinhanha, obedeceu nos séculos 17 e 18 à orientação das Casas da Torre e da Ponte″. Não resta dúvida, pois, haver-se iniciado o Município de Angical sob a égide dessa poderosa tutela feudal.
No começo do século XIX, as terras que se denominaram Brejo do Angical, em virtude da existência de extensas matas de angico, circundadas de brejos ou alagadiços, passaram a pertencer aos irmãos Almeida: José Joaquim de Almeida, Joaquim Herculano de Almeida e Manuel Frederico de Almeida, evidenciando-se o primeiro como o principal fundador do município. Descendentes de ilustre família de Portugal possuíam eles grande quantidade de escravos dedicados a cata de diamantes nos boqueirões da Chapada Diamantina, depois empregados em construção de barragens, na produção da lavoura, mormente a de cereais, e na criação de gado. Suas boiadas atravessavam o Rio São Francisco e eram conduzidas para a zona de Lençóis. A prosperidades desses pioneiros atingiu o ápice. Desfrutavam, perante o imperador, de notável prestígio. A opulência que os cercava permitiu-lhes então construir suntuosas residências, atestadas ainda hoje por suas ruínas. Levantaram em 1810 a primeira igreja, dotando-a de imponentes obras de arte e ornando-a de objetos de ouro e prata. Em 1821, foi erigida a freguesia com a denominação de Sant′Ana do Sacramento do Angical, pertencente ao bispado de Pernambuco, até 1828.
Com a decretação da Lei Áurea, em 1888, a abolição da escravatura desarticulou completamente a organização econômica dessa família, havendo alguns de seus membro se retirado para o Rio de Janeiro, vendidas suas propriedades. Em 5 de julho de 1890, assinou o então governador do Estado, Marechal Hermes Ernesto da Fonseca, o ato que elevou a freguesia à categoria de vila, sendo esta inaugurada em 2 de janeiro de 1891. O território foi desmembrado do antigo Município de Campo Largo, atual Cotegipe.
Por Lei Municipal, de 20 de fevereiro de 1891, Angical teve subordinado, como seu Distrito de Paz, o de Barreiras. Entretanto, pela Lei Estadual nº 237, de 6 de abril do mesmo ano, desligou-se Barreiras de Angical.

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