#650 - Atafona: a praia engolida pelo mar - São João da Barra (RJ) - Expedição Brasil de Frente par

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Atafona, um distrito do município de São João da Barra, localizado no Norte Fluminense enfrenta um grave problema ambiental que se arrasta há décadas. O avanço do mar tem destruído casas, ruas e comércios, levando a uma progressiva erosão costeira que coloca em risco a comunidade local e o ecossistema da região. O fenômeno, que começou nos anos 60, intensificou-se ao longo do tempo e tem preocupado moradores, pesquisadores e autoridades. Em nossa visita, exploramos a situação atual do Pontal da Atafona, a destruição ao longo dos anos, suas causas e possíveis soluções para enfrentar esse desafio ambiental. Quer saber mais? Vem comigo
O Rio Paraíba do Sul, um dos principais rios do Brasil, atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro antes de desaguar no Oceano Atlântico, na foz do rio em Atafona. Essa localização estratégica torna a região vulnerável aos impactos ambientais e socioeconômicos decorrentes da erosão costeira. Atafona, que já foi um balneário e ponto turístico, enfrenta a perda gradual de terras e construções devido ao avanço do mar. Desde os anos 60, as águas do mar começaram a invadir trechos da praia mais próximos à foz do Rio Paraíba do Sul, causando a destruição de casas, ruas e comércios em Atafona. Estima-se que mais de 500 construções já tenham sido derrubadas pelas águas ao longo desse período. A praia do Pontal da Atafona, que antes era uma extensa faixa de terra, agora é apenas uma porção residual. O avanço do mar é de aproximadamente 3 metros por ano, o que significa que a paisagem de Atafona muda significativamente em curtos intervalos de tempo. Diversos fatores contribuem para a erosão costeira em Atafona. Um deles é a diminuição do fluxo de água do Rio Paraíba do Sul, causado pela construção de barragens ao longo do seu curso. Além disso, a devastação das matas ciliares ao longo do rio e as mudanças climáticas têm agravado o processo de erosão. As mudanças climáticas influenciam a frequência e intensidade de ressacas e tempestades mais extremas, acelerando o avanço do mar sobre a costa.
A destruição causada pelo avanço do mar tem afetado tanto a comunidade local quanto o ecossistema da região. As residências atingidas agora pertencem principalmente a famílias tradicionais vinculadas à atividade pesqueira, incluindo marisqueiras. Além disso, os pescadores enfrentam dificuldades para exercer suas atividades devido à erosão costeira. O Rio Paraíba do Sul também sofre com a redução de sua vazão, o assoreamento, o desmatamento nas margens e a salinização na foz, prejudicando a vida aquática e os manguezais. Apesar dos estudos realizados e das propostas apresentadas por especialistas, ainda não há uma solução definitiva para enfrentar o problema ambiental em Atafona. Algumas propostas incluem a construção de espigões costeiros para conter o mar, a transposição artificial de areias do Rio Paraíba do Sul e o bombeamento hidráulico para a praia. No entanto, esses projetos enfrentam desafios técnicos e financeiros para sua implementação. O caso de Atafona serve como um alerta sobre os impactos negativos que a ação humana e as mudanças climáticas podem ter sobre o meio ambiente. É fundamental que a sociedade esteja consciente da importância de preservar os recursos naturais, como os rios, as florestas e as áreas costeiras. Ações individuais e coletivas, como a redução do consumo de água e energia, o descarte adequado de resíduos e o incentivo à adoção de práticas sustentáveis, podem contribuir para evitar tragédias como a de Atafona.

A Ilha da Convivência, que um dia foi um local habitado por pescadores e suas famílias, hoje enfrenta uma triste realidade. Devido ao avanço do mar e à erosão costeira, a ilha praticamente desapareceu. Antigamente, era um local onde cerca de 400 famílias residiam, mesmo sem acesso a serviços básicos como água potável e energia elétrica.No entanto, com o passar dos anos, a ilha foi progressivamente engolida pelo mar. O avanço das águas tornou-se ainda mais intenso nas últimas décadas, levando à perda quase completa da Ilha da Convivência. Hoje, quando se visita o local, apenas uma faixa de areia é visível, e é possível chegar a pé até a ilha devido à diminuição do fluxo de água do Rio Paraíba do Sul.A destruição da Ilha da Convivência é mais um exemplo alarmante dos impactos do avanço do mar e da erosão costeira em Atafona. A perda desse espaço, que já foi habitado por comunidades pesqueiras, tem consequências não apenas para os antigos moradores, que perderam suas casas e meios de subsistência, mas também para o meio ambiente local.A situação da Ilha da Convivência destaca a urgência de buscar soluções efetivas para enfrentar o problema ambiental em Atafona.