Verde está otimista com IBOV. É hora de comprar?

1 year ago
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Economista do fundo Verde enxerga cenário positivo para o Brasil. Vale a pena comprar?

Na semana passada, Daniel Leichsenring, economista-chefe da Verde Asset, uma das mais bem sucedidas gestoras brasileiras deu entrevista no podcast Market Makers, em que apresentou uma tese otimista para o mercado brasileiro.

O papo foi muito interessante. Ele afirma, com razão, que a economia brasileira apresenta uma sequência de altas e baixas produzidas por ciclos de reformas liberais e anti-reformas, amplificadas por intervenções políticas pontuais com objetivo de manutenção do poder.

Usualmente, os efeitos das reformas liberais são produzidos apenas quando os governos que as criaram saem do poder, substituídos por governos anti-liberais. Não é só uma questão de demorar um tempo para que reformas façam algum efeito, mas sim o caso das condições do mercado global.

É basicamente a mesma tese que eu apresento no "Dia Depois da Eleição", que foi ao ar pela Brasil Paralelo em 2018. Ali, apresento o mesmo exemplo dado por Daniel no podcast: as reformas liberais ocorridas durante o governo FHC foram produzir seus efeitos positivos apenas no governo Lula, quando o cenário global foi muito positivo. Quando a maré virou, após a crise de 2008, o PT abriu as torneiras do crédito para eleger o poste de Lula, que deu sequência às políticas insustentáveis, produzindo o maior retrocesso no PIB desde que o indicador começou a ser mensurado, um dos motivos para o impeachment.

O novo ciclo de reformas liberais e saneamento do país começou em 2016, com Temer, e durou até ano passado, com Bolsonaro, que teve o azar de estar no poder durante a maior crise sanitária dos últimos cem anos. A tese do economista do Verde é que o ímpeto de contra-reforma do PT está sendo contido em grande parte pelo Congresso, e que o mundo entrará em mais um ciclo favorável aos emergentes, com a correção do dólar frente às outras moedas, depois de anos de valorização.

Apesar do racional fazer sentido, são dois grandes "se". O primeiro é se de fato haverá força política suficiente para conter os gafanhotos petistas. Até aqui, os sinais foram relativamente positivos, com manutenção no novo marco de saneamento, por exemplo, e a aprovação do arcabouço fiscal, que apesar de estar longe de ser suficiente, traz algum controle para os gastos públicos.

Mas não podemos imaginar que o PT deixará de tentar a produção de mais algum voo de galinha na economia, até mesmo para manter o poder, dado o nível de rejeição de Lula.

Além disso, há um nível muito alto de incerteza no mercado global, que caminha para um período recessivo, dado a alta dos juros para contar a onda inflacionária pandêmica. Sem contar todas as tensões geopolíticas e a desaceleração chinesa, que foi a grande propulsora da economia brasileira no último ciclo de alta.

Ainda vejo o cenário base como uma certa estagnação no Brasil, com o risco permanente de medidas heterodoxas sejam implementadas pelo governo petista, como controle de preços, e baixa de juros na canetada, além da abertura da torneira do crédito, que poderiam até levar a um aquecimento na economia, com posterior colapso.

Não tenho a menor dúvida que o companheiro Haddad recorrerá a medidas de controle de capitais, em caso de crise. Por esse motivo, é mais do que necessário diversificar os seus investimentos em outras moedas e ativos fora do Brasil.

Há espaço para recuperação do mercado, pois o IBOV dolarizado precisa subir pelo menos 86% para simplesmente voltar ao seu topo histórico de 2007, o que por si só demonstra que conseguimos produzir não uma, mas quase duas décadas perdidas

Tem muita água para passar embaixo dessa ponte, e sempre pode ocorrer um alinhamento dos astros, mas não apostaria todas as minhas fichas nisso. Eis a beleza da diversificação, você pode apostar numa recuperação do IBOV com parte do patrimônio, e hedgear a posição com alocações de qualidade no mercado global.

Esse é o caminho.

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