O HOTEL DAS CATARATAS DE FOZ DO IGUAÇU

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O Hotel das Cataratas, inaugurado em 1958, é parte da paisagem oficial do Parque Nacional do Iguaçu. Ele foi projetado pelo arquiteto mineiro Ângelo Murgel para se misturar com a natureza e permitir o nascimento de um estilo arquitetônico brasileiro entre o rural, o natural e o moderno.

Não é à toa, que algumas reportagens tenham chegado a dizer que o hotel foi a sede de uma antiga fazenda de café do Paraná. Longe da verdade. O hotel foi construído para ser um hotel.

Arquiteto Ângelo Murgel. Murgel foi um pioneiro. Em 1937, o arquiteto foi contratado pelo Serviço Florestal do Ministério da Agricultura. Na época, o ministério era o responsável pelo meio ambiente no Brasil em relação a florestas e preservação ambiental. Por coincidência, o primeiro parque nacional do Brasil foi criado por decreto do presidente Getúlio Vargas em junho daquele ano. Em 1939, Getúlio Vargas, o presidente dos parques nacionais, criou, também por decreto, o Parque Nacional do Iguaçu, o segundo no Brasil.

Para o Parque Nacional do Iguaçu ele desenhou e projetou a sede administrativa da Unidade de Conservação, o então Aeroporto do Parque Nacional do Iguassú (escrita da época, válida até as reformas ortográficas de 1943 e 1945), a residência do diretor e, aí entra nosso ator principal, “um hotel”, diante das Cataratas. Os quatro prédios continuam em pé e com saúde. Porém, dos quatro, o mais conhecido é o Hotel das Cataratas, cuja imagem de paraíso, cor de rosa e branco, continua na cabeça de milhões de pessoas que visitam as Cataratas, quer tenham se hospedado nele ou só passado por ele.

Hotel das Cataratas. O presidente Getúlio Vargas apostou nos parques nacionais tanto para preservar as florestas e paisagens brasileiras como para incentivar o turismo que já começava a atrair a atenção de viajantes e empreendedores. O governo começou a agir logo após a criação dos parques mas, em 1939, estourou a Segunda Guerra Mundial que duraria até 1945.

2ª Guerra Mundial. Mesmo em plena Segunda Guerra, em 1941, foi inaugurado o edifício do Aeroporto do Parque Nacional do Iguassú. É digno de nota que o Aeroporto do Parque Nacional não foi construído dentro da área de conservação. Concluído muito antes do Hotel das Cataratas, o Aeroporto desenhado por Murgel, recebia os passageiros que desembarcavam na pista de chão batido e se hospedavam no Hotel Cassino, atual sede do Senac, na Praça Almirante Tamandaré ou Praça da Marinha, concluído na mesma época pelo Governo do Paraná. Foi uma parceria entre o Estado e a União.

Os dias de glória do Hotel Cassino duraram até a proibição dos cassinos em 1946. Com o fim dos locais de apostas, a atenção do Governo Federal se voltou para as Cataratas e o esforço de construir o Hotel das Cataratas, o que ocorreu só nos anos 50. Finalmente, o Hotel foi inaugurado em 4 de outubro de 1958. A construção e transformação em Belmond Segundo o projeto, o hotel foi definido como “um bloco horizontal, em dois pavimentos, interrompido por torre de marcação vertical, com vista privilegiada para as Cataratas do Iguaçu”. O prédio foi composto a partir de um partido em “U”, com os quartos dispostos ao longo do conjunto. A hospedagem era privilegiada pela visão direta para as Cataratas e pela área de lazer, aos fundos, contígua à reserva florestal.

A proximidade com as Cataratas é surreal. Porém, muito antes da inauguração, o Governo Federal já trabalhava para definir quem administraria o novo hotel pertencente ao Patrimônio Imobiliário da União pelo sistema de concessão. No Diário da União da sexta-feira, 19 de outubro de 1955, foi publicado o edital de concorrência na busca de interessados a futuros concessionários. Por pouco tempo a administração do hotel ficou sob a responsabilidade de uma empresa hoteleira nacional. Mas logo depois a empresa desistiu do compromisso. No começo de 1960, o jornal O Correio da Manhã, noticiou que o controle do hotel passava uma empresa de transportes que respondia pelo nome de Redes Estaduais Aéreas (REAL) Ltda de São Paulo. A Real fez parte da história da aviação do Brasil até que ainda em 1960, a Real foi adquirida pela Varig.

O controle do hotel, após negociações com o Patrimônio da União e o Ministério da Agricultura continuou com a Varig, por meio da subsidiária Rede Tropical de Hotéis até 2007. Nesse ano, o gerenciamento do Hotel das Cataratas passou, após licitação promovida pelo Governo Federal, para a administração sucessiva das redes Orient Express e Belmond. No final de 2018, foi anunciada a compra da Rede Belmond com sede em Londres pela Louis Vuitton, empresa global fundada por Louis Vuitton Moët Hennessy com sede mundial em Paris.

Fonte do texto: https://www.iguassu.com.br/blog/turismo/hotel-das-cataratas-um-hotel-cor-de-rosa-e-branco-em-paz-com-a-natureza/

Narração: Alex Rodrigo Brondani
Produção: Canal Arquitetura Abandonada.

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