A AUC (AUTODEFESAS UNIDAS DA COLÔMBIA) - O EXÉRCITO VIOLÊNTO E MAIOR INIMIGO DECLARADO DAS FARC

História:
As origens dos paramilitares remontam ao início dos anos 1980, quando os traficantes de drogas, diante de uma onda de sequestros por grupos guerrilheiros de esquerda, decidiram criar um esquadrão da morte que chamaram de Morte aos Seqüestradores (MAS). Este grupo ilegal assassinou não apenas os sequestradores, mas também qualquer suposto membro da infra-estrutura dos rebeldes, que incluía muitos civis inocentes, ativistas, líderes sindicais e políticos. Mais tarde, surgiram grupos de "autodefesa", alguns deles iniciados por oficiais do exército colombiano e políticos que pediram que a população se organizasse em sua própria defesa. Muitos deles foram legalmente constituídos. No entanto, em vez de proteger os civis das transgressões dos guerrilheiros, muitos dos grupos simplesmente trabalhavam para os narcotraficantes, a mando de grandes latifundiários, ou ambos.

De fato, a ascensão do poder econômico dos narcotraficantes mudaria a face do conflito. Membros poderosos do Cartel de Medellín investiram pesadamente em terras e, usando os grupos paramilitares, buscaram se proteger das extorsões e tentativas de seqüestro da guerrilha. O MAS se expandiu exponencialmente nessas áreas rurais. Mas logo os grupos de "autodefesa" estavam protegendo esconderijos e cargas de drogas em vez de civis. Essas organizações também desencadearam ondas de violência contra setores da população considerados apoiadores da guerrilha. Milhares de civis foram mortos, incluindo agentes do Estado e políticos, levando o governo a criminalizar os grupos paramilitares.

A criminalização desses grupos coincidiu com uma batalha maior pela extradição travada pelo Cartel de Medellín e seu líder Pablo Escobar contra o governo. Essa luta acabou se espalhando para outras partes de sua organização. Quando Escobar matou dois de seus associados próximos, Fidel Castaño e seus irmãos, Carlos e Vicente , se uniram a Diego Murillo, vulgo " Don Berna," para formar um grupo chamado Pessoas Perseguidas por Pablo Escobar (Perseguidos por Pablo Escobar - PEPES). Eles usaram Carlos como seu intermediário com a polícia, que trabalhou em estreita colaboração com o grupo paramilitar para matar Escobar a tiros em dezembro de 1993. Fidel desapareceu misteriosamente logo Uma história é que ele morreu lutando contra o Exército Popular de Libertação (EPL). Outra é que Carlos o matou em uma disputa familiar. Em ambos os casos, o núcleo do grupo paramilitar que ele e Don Berna haviam criado permaneceu.

A segunda geração de paramilitares veio do PEPES. Os remanescentes desse grupo formaram as Autodefesas Camponesas de Córdoba e Uraba (Autodefesas de Córdoba y Uraba - ACCU). Em 1996, a ACCU criou uma federação livre de grupos de autodefesa composta por sete organizações regionais conhecidas como Forças de Autodefesa Unidas da Colômbia (AUC). Esses grupos paramilitares conseguiram estabelecer feudos locais nas principais áreas de influência guerrilheira e expulsar a população rural que acusavam de colaborar com os rebeldes.

O surgimento da AUC coincidiu com uma mudança na indústria do tráfico de drogas. Após a destruição do Cartel de Medellín e a posterior dissolução do Cartel de Cali, o mercado tornou-se segmentado, dando origem a cerca de 500 pequenos grupos de microtráfico. Os guerrilheiros de esquerda das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) também começaram a exercer mais controle territorial sobre as áreas onde as plantações de drogas eram colhidas e as drogas eram produzidas. O resultado foi um conflito quase inevitável entre as duas superestruturas restantes, enquanto os paramilitares lutavam contra os guerrilheiros pelo controle dos meios de produção das plantações de drogas, entrando pela força - muitas vezes com o apoio e assistência do exército colombiano - e realizando assassinatos e massacres seletivos que geraram deslocamentos em massa e terror generalizado.

O legado dos paramilitares vai além da segurança. Os membros da AUC se infiltraram no estado e nos partidos políticos, o que levou a uma série de investigações - nas quais legisladores proeminentes foram acusados ​​- que revelaram o que é conhecido como o escândalo "parapolítico". A tradição de corrupção continua a minar e desmoralizar o governo colombiano e continua sendo um fator integral na violência em curso no país.

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