Programa Lendo e Comentando (#10) - Viagem Espírita em 1862

2 years ago
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00:02:15 - Anúncios de estudos na internet
00:09:50 - Os críticos de boa fé
00:11:40 - O fenômeno da imprensa tendenciosa e ideologicamente enviesada, hoje e na época de Kardec
00:22:15 - A importância do conhecimento
00:25:50 - Opiniões e mudar de ideia
00:27:40 - Kardec e as questões controvertidas
00:31:50 - As limitações tecnológicas da época de Kardec
00:40:00 - As "Refutações" de Kardec

Trecho estudado:

Entretanto, dizem os pretensos críticos de boa-fé, não pretendemos senão esclarecer-nos, e, se atacamos, não é por hostilidade, por preconceito ou malquerença, mas para que, da discussão, jorre a luz. Entre esses críticos, não há que duvidar, alguns são sinceros; mas é de notar que os que têm em vista apenas questões de princípios discutem com calma e jamais se afastam da conveniência. Ora, quantos há? O que contém a maior parte dos artigos que a imprensa, grande ou pequena, tem dirigido contra o Espiritismo? Diatribes, facécias geralmente pouco espirituosas, tolices e pilhérias de mau gosto, muitas vezes injúrias que rivalizam com a grosseria e a trivialidade. Serão críticos sérios, dignos de uma resposta? Há os que se traem com tanta facilidade que se torna inútil levá-los em consideração, pois todos os percebem. Seria, na realidade, dar-lhes demasiada importância, sendo preferível deixar que se divirtam em seu pequeno círculo, a pô-los em evidência mediante refutações sem objetivo, pois que não os convenceriam. Se a moderação não estivesse em nossos princípios, já que é uma consequência mesma da Doutrina Espírita, que prescreve o esquecimento e o perdão das ofensas, seríamos encorajados a empregá-la quando víssemos o efeito produzido por esses ataques, constatando que a opinião pública nos vinga melhor do que o fariam nossas palavras.

Quanto aos críticos sérios, de boa-fé, que comprovam sua educação pela urbanidade das formas, estes colocam a ciência acima das questões pessoais. A estes muitas vezes respondemos, se não diretamente, pelo menos quando temos oportunidade de tratar em nossos escritos de questões controvertidas, embora não haja objeção que não encontre sua resposta para quem quer que se dê ao trabalho de os ler. Para responder a cada um, individualmente, fora preciso repetir, incessantemente, a mesma coisa, e isto só serviria para uma única pessoa. O tempo, aliás, não no-lo permitiria, ao passo que, aproveitar-se um assunto que se apresenta para refutá-lo ou dar a seu respeito uma explicação, é, no mais das vezes, pôr o exemplo ao lado do preceito, e isso serve para todo mundo.

Havíamos anunciado um pequeno volume de Refutações. Ainda não o publicamos porque não nos pareceu urgente e só pudemos lucrar com isto. Antes de responder a certas brochuras que, no dizer de seus autores, deveriam minar os fundamentos do Espiritismo, quisemos julgar o efeito que elas produziriam. Pois bem! nossa viagem nos convenceu de uma coisa: elas não minaram coisa alguma, o Espiritismo está mais vivo do que nunca e hoje quase não se fala mais dessas brochuras. Sabemos que na classe das pessoas a quem se dirigiam e às quais não nos dirigimos, elas são consideradas sem réplica e o nosso silêncio é tido como prova de nossa incapacidade em respondê-las; donde concluem que estamos devidamente vencidos, fulminados e divididos. Que nos importa isso, já que não estamos tão mal assim? Esses escritos fizeram diminuir o número dos espíritas? Não. Nossa resposta teria convertido essas pessoas? Não. Não havia, pois, nenhuma urgência em refutá-las; ao contrário, havia vantagem em deixar que os nossos adversários atirassem a primeira pedra.

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