Programa Lendo e Comentando (#8): Viagem Espírita em 1862

2 years ago

Como se sabe, a obsessão é um dos grandes escolhos do Espiritismo; assim, não podemos negligenciar um ponto tão capital. A esse respeito recolhemos importantes observações, que constituirão matéria de um artigo especial da Revue, no qual falaremos dos possessos de Morzinev, que igualmente visitamos na Haute-Savoie. Aqui diremos apenas que os casos de obsessão são muito raros entre aqueles que fizeram um estudo prévio e atento de O Livro dos Médiuns e se identificaram com os princípios nele contidos, mantendo-se alertas e espreitando os menores sinais que poderiam denunciar a presença de um Espírito suspeito. Vimos alguns grupos que, sem dúvida, encontram-se sob uma influência abusiva, porquanto nela se comprazem e dela tornam-se presa por uma confiança demasiado cega e por certas disposições morais. Outros, ao contrário, revelam tal temor de serem enganados que levam a desconfiança, por assim dizer, ao excesso, investigando com meticuloso cuidado todas as palavras e todos os pensamentos, preferindo rejeitar o duvidoso a arriscar-se a admitir o que fosse mau. Por isso, os Espíritos mentirosos, vendo que nada têm a fazer, terminam por se retirar, indo buscar compensação junto dos que lhes oferecem menor dificuldade e nos quais encontram certas fraquezas e algumas imperfeições de espírito a explorar. O excesso em tudo é prejudicial, mas, em semelhante caso, é preferível pecar por excesso de prudência a pecar por excesso de confiança.

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