O país africano que criou uma moeda de ouro

2 years ago
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O ouro vem sendo utilizado como meio de troca há milênios. As moedas mais antigas a serem cunhadas com esse material datam de 600 a.C, tendo surgido simultaneamente na Grécia e na China. Desde então, e em paralelo com as moedas feitas de prata, as moedas de ouro se popularizaram como os meios mais valiosos de se reservar valor e de se realizar transações comerciais de alto custo. Até o advento do papel-moeda estatal, o uso do ouro como moeda corrente se manteve em todo o Ocidente.

Daí em diante, a decadência do dinheiro se tornou notável - e previsível, naturalmente. Os altos índices inflacionários observados hoje no mundo são apenas o resultado final de todo um processo de destruição do valor do dinheiro, e que se iniciou, séculos atrás, com o abandono do uso da moeda metálica como meio de troca e reserva de valor. Porém, no sul do continente africano, existe um país que decidiu emitir suas próprias moedas de ouro, talvez evocando um glorioso passado da história econômica mundial. E esse país é o Zimbábue.

Neste momento, você deve estar se perguntando: mas o Zimbábue não é aquele país que conseguiu resolver seu grave problema hiperinflacionário recentemente? De fato, o país africano, anteriormente denominado Rodésia, pelos britânicos, é um verdadeiro estudo de caso econômico dos tempos recentes. Sua independência ocorreu em 1980, quando o ditador Robert Mugabe se tornou o primeiro-ministro do país - na prática, um ditador. E a partir daí, a coisa só desandou.

O dólar do Zimbábue foi, originalmente, emitido com um valor superior ao dólar norte-americano. Porém, e como é padrão em países africanos e sulamericanos, o governo tratou logo de imprimir dinheiro como se não houvesse amanhã, fazendo com que a moeda local se depreciasse de formas nunca antes vistas. A hiperinflação zimbabuana, uma das maiores da História, acumulou uma taxa inacreditável de 89,7 sextilhões por cento, ao fim de 2008. A cédula de 100 trilhões de dólares, emitida naquele ano, já se tornou folclórica. Na época, eram necessários US$ 2 para se obter uma daquelas cédulas - e essa era a dimensão da degradação do dinheiro do Zimbábue, até então.

A solução encontrada, porém, foi surpreendente - e justamente por ser a mais acertada. O Zimbábue simplesmente extinguiu a sua moeda, em 2009. Na verdade, o dólar do Zimbábue continuou existindo, mas seu uso foi suspenso pelo governo. E, no seu lugar, passaram a ser aceitas várias moedas, como o rand sul-africano, o euro e o dólar - sendo que este último passou a ser o mais utilizado. O resultado imediato foi a retomada do crescimento da economia do país, sendo que seu PIB, que estava em franco declínio desde o final do século XX, voltou a ter resultados positivos - muitos dos quais, substanciais.

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