Podcast 8 Misery Stephen King por Armando Ribeiro Virando As Páginas

2 years ago
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Sinopse: Paul Sheldon descobriu três coisas quase simultaneamente, uns dez dias após emergir da nuvem escura. A primeira foi que Annie Wilkes tinha bastante analgésico. A segunda, que ela era viciada em analgésicos. A terceira foi que Annie Wilkes era perigosamente louca. Paul Sheldon é um famoso escritor reconhecido pela série de best-sellers protagonizados por Misery Chastain. No dia em que termina de escrever um novo manuscrito, decide sair para comemorar, apesar da forte nevasca. Após derrapar e sofrer um grave acidente de carro, Paul é resgatado pela enfermeira aposentada Annie Wilkes, que surge em seu caminho.

A simpática senhora é também uma leitora voraz que se auto intitula a fã número um do autor. No entanto, o desfecho do último livro com a personagem Misery desperta na enfermeira seu lado mais sádico e psicótico. Profundamente abalada, Annie o isola em um quarto e inicia uma série de torturas e ameaças, que só chegará ao fim quando ele reescrever a narrativa com o final que ela considera apropriado. Ferido e debilitado, Paul Sheldon terá que usar toda a criatividade para salvar a própria vida e, talvez, escapar deste pesadelo.

Resenha: Misery, é na verdade uma série de livros, uma novela, sobre a protagonista chamada Misery Chastain, a qual Sheldon odeia, mas que a grande massa ama. Vez ou outra Sheldon tenta escrever um livro “sério”, segundo ele, mas nenhum faz tanto sucesso quanto a “porcaria” de Misery.

"Ele descobrira três coisas quase simultaneamente, uns dez dias após ter emergido da nuvem escura. A primeira era que Annie Wilkes tinha bastante Novril (na verdade, tinha muitos remédios de vários tipos). A segunda era que ela era viciada em Novril. A terceira era que Annie Wilkes era perigosamente louca." p. 17.

Terminando de escrever seu último livro, que ele considera ser seu melhor trabalho, Paul decide fazer uma viagem de carro, mas é pego em uma forte nevasca e acaba batendo o carro. Ao acordar em uma cama sem saber onde está, descobre que foi resgatado por Annie Wilkes, uma enfermeira que cuida dele enquanto está desacordado e trata de seus ferimentos.

"Ela o ergueu sentado e empurrou os comprimidos para sua boca. Ele engoliu e se recostou, pensando: Eu vou matar essa mulher." p. 55.

Apesar de até aqui tudo parecer muito com a sinopse do livro, acho importante ressaltar alguns poucos detalhes da história: a viagem de comemoração não foi por escrever mais um livro de Misery e ele odeia profundamente esta personagem.

Aos poucos, Paul vai se lembrando do que aconteceu, nota que está com as pernas quebradas e não consegue andar. Enquanto isso Annie, depois de ler o último livro de Misery, descobre que não haverá continuação e decide que Paul ficará “hospedado” em sua casa até escrever um novo livro: O Retorno de Misery. Aliás, ela deixa bem claro (fisicamente) que não gostou do que leu.

Acompanhamos o dilema de Paul entre escrever novamente uma história que ele não aguenta mais ou ficar preso com uma maluca. Esse ódio também acaba criando um bloqueio em sua mente: como recomeçar uma história que já acabou? E Annie acompanha página por página, pois se "não fizer sentido" a volta de Misery, ele precisa começar tudo novamente.

"Não. Não mesmo, porra. Talvez eu morra, mas juro por Deus que não vou morrer até ter uma chance de mostrar à minha fã número um o quanto eu gostei de conhecê-la. E não é uma promessa, é um juramento sagrado." p. 176.

Annie é maluca, faz coisas terríveis com Paul enquanto o mantém preso no quarto, mas o que ela faz você só descobrirá lendo. Obviamente, pessoas começam a procurar o famoso escritor desaparecido, mas Annie os encontra primeiro...

"Meu nome é Annie Wilkes. E eu sou...

Eu sei - disse ele. - Você é minha fã número um."

Opinião: Nesse livro não existe nada sobrenatural, o que quase sempre está presente nas obras de King. É agonizante estar dentro da mente de Paul, vendo tudo por seu ponto de vista e imaginando que isso tudo realmente pode acontecer com alguém. Ao mesmo tempo, é interessante ver como a mente de um escritor trabalha durante o processo criativo, afinal, King colocou um pouco de si nessa obra, seja no processo de escrita ou no medo de que isso aconteça com ele também. Ele teve a coragem de escrever um livro sobre um de seus maiores temores.

Por Saga Literária

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