Defendendo o indefensável contra a Brasil Paralelo

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O pessoal da Brasil Paralelo está lançando, por esses dias, seu novo trabalho: a trilogia Entre Lobos, que trata do tema da segurança pública no Brasil - tema esse que, dada a nossa realidade, é de extrema importância. Como você certamente sabe, a Brasil Paralelo é uma empresa conservadora, na definição tupiniquim dessa palavra. E, se você acompanha o meu trabalho há algum tempo, você também sabe que eu considero o maior erro atual do conservadorismo a confiança que os defensores desse ponto de vista moral depositam no estado - algo que eu já deixei bastante claro nesse vídeo que está aparecendo aí na sua tela. Pois bem: neste vídeo, eu quero lançar uma provocação, defendendo o indefensável frente ao já citado novo projeto da Brasil Paralelo.

Em primeiro lugar, preciso deixar claro que eu admiro bastante o trabalho realizado pela Brasil Paralelo - e eu falo não apenas da qualidade de tal trabalho, posto que seus documentários são sempre de altíssimo nível técnico, mas também dos temas abordados, e do viés que é utilizado para deles tratá-los. E, em segundo lugar, preciso dizer que eu não assisti ao documentário Entre Lobos por completo; hoje, eu vou apenas comentar a respeito de uma das entrevistas utilizadas para realização de tal documentário, e que foi disponibilizada, na íntegra, no canal da Brasil Paralelo aqui no YouTube. Mas, não tenha dúvidas: assim que possível, assista a esse documentário, porque, certamente, seu tempo será muito bem empregado dessa forma.

Isso posto, vamos ao meu comentário. A entrevista em questão foi concedida pelo ex-policial do BOPE Rodrigo Pimentel, muito famoso no YouTube e também por sua participação na elaboração dos roteiros dos filmes Tropa de Elite. Nessa longa e muito interessante entrevista, Pimentel cita aquele que ele considera o maior problema da segurança pública no Rio de Janeiro e, por consequência, em todo o Brasil - ou, de modo mais especial, nas grandes capitais brasileiras: a disputa territorial entre grupos criminosos.

Basicamente, o que o ex-BOPE afirmou é que diversos grupos criminosos lutam, entre si, pelo domínio geográfico da exploração de atividades ilegais, tais como o jogo do bicho, o transporte irregular de passageiros e o tráfico de drogas - e essas são as atividades citadas, ipsis litteris, por Pimentel. Que as guerras entre facções criminosas são a grande tragédia da segurança pública brasileira, disso ninguém tem dúvidas; mas o fato é que a maior parte dos conservadores brasileiros - e o pessoal da Brasil Paralelo provavelmente está nesse grupo - parece não perceber a coisa mais óbvia em toda essa história: o estado não é a solução para esse problema, mas sim a causa!

#brasilparalelo #entrelobos #bope