Por quê o movimento vegano não defende a Soberania Alimentar? Resposta ao Árvore ser Tecnológico

4 years ago
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Vídeo resposta ao meme do Árvore Ser Tecnológico que diz que "sem veganismo não em ambientalismo". Para lista completa com livros e documentários, por favor visite o site.

A estratégia inteligente, inclusiva, eficaz e eficiente para veganos não fundamentalistas e onívoros éticos é apoiar a Soberania Alimentar, um movimento inclusivo, plural e que parte dos que de fato estão implementando as práticas regenerativas no campo.

Eu vou deixar nas referências do texto e notas do vídeo para alguns artigos científicos, livros e documentários que reforçam o caso pela soberania alimentar ao invés do fundamentalismo vegano.

Artigos científicos:

Vou começar por um que aborda o problema da área para mostrar que se a agricultura industrial e as pecuárias de confinamento e extensivas são um problema, o animal propriamente manejado faz parte do conjunto de soluções.

Teague (2016) https://www.jswconline.org/content/71/2/156 - Se a pecuária propriamente manejada fosse aplicada em apenas 25% da área de pradarias e agricultura industrial nos Estados Unidos isso seria suficiente para mitigar todas as emissões da agricultura do pa Properly managed grazing, if applied to 25 percent of our crop and grasslands, would mitigate the entire carbon footprint of North American agriculture.

Stanley (2018) - https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0308521X17310338 - Esse artigo faz uma análise de ciclo de vida incluindo uma medida direta do fluxo de carbono em várias abordagens de produção de carne e mostra que quando propriamente manejados os sistemas de produção animal podem compor um ecossistema que sequestra mais carbono para a atmosfera do que o que emite - ou seja, já existem evidências científicas comprovando a eficiência da pecuária regenerativa no combate as mudanças climáticas.

Teague (2017) - https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.2989/10220119.2017.1334706 - Esse artigo faz uma discussão ampla de várias abordagens de manejo de pastos e argumenta em prol do manejo holístico para regenerar a função de paisagem e a qualidade de vida das pessoas envolvidas na pecuária. Também aponta as falhas da maioria das abordagens de pecuária que reduzem as complexidades de ecossistemas inteiros para analisar fatores individuais.

Rowntree (2016) - https://www.researchgate.net/publication/311921284_Potential_mitigation_of_midwest_grass-finished_beef_production_emissions_with_soil_carbon_sequestration_in_the_United_States_of_America - Estudo concluiu que a pecuária propriamente manejada com animais produzidos exclusivamente à pasto é ecologicamente segura e pode contribuir de forma positiva na redução da pegada ecológica da produção de carne enquanto diminui as concentrações de gás carbônico na atmosfera.

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Peters (2016) - https://www.elementascience.org/articles/10.12952/journal.elementa.000116/ - Esse estudo fez uma modelagem da biocapacidade do Estados Unidos de sustentar sua civilização em 10 cenários com dietas diferentes. Muito embora os cenários com dietas à base de plantas fosse geralmente melhor para a biocapacidade do que um cenário incluindo carnes, (o que provavelmente se deu porque o estudo usou a carne de confinamento) duas dietas onívoras saudáveis apresentaram uma melhor biocapacidade do que a exclusivamente à base de plantas.

Machmuller (2015) - https://www.nature.com/articles/ncomms7995 - Pesquisa revelando que abordagens de pastagem intensivas podem oferecer uma alternativa viável combinando uma produção de alimentos lucrativa com uma melhora rápida da qualidade do solo e uma mitigação a curto prazo das mudanças climáticas. As propriedades sequestraram 8 toneladas de carbono por hectare por ano melhorando as trocas catiônicas e a capacidade de retenção de água no solo em 95% e 34% respectivamente. Em 10 anos todas as áreas que adotam esses sistemas trariam de volta seus solos aos níveis de florestas nativas diminuindo a necessidade de adubação e irrigação.

Herrero (2011) - https://www.vancouverhumanesociety.bc.ca/wp-content/uploads/Livestock-and-greenhouse-gas-emissions.-The-importance-of-getting-the-numbers-right.pdf - Denuncia como enganosas as estatísticas frequentemente citadas afirmando que 51% das emissões de gases de efeito estufa ocorrem pela pecuária. A estatística correta é em torno de 15% mas vale lembrar que isso seria usando a pecuária de confinamento. As pesquisas acima do Teague e Stanley mostram que a pecuária propriamente manejada pode regenerar savanas e pradarias enquanto sequestra carbono atmosférico.

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