Policiais recebiam propina para facilitar contrabando de cigarros

O vídeo divulgado pela Polícia Federal mostra dois policiais militares em uma conversa com outro investigado no dia 11 de dezembro de 2021.
Nas imagens é possível ver que o rapaz em frente aos policiais tira algo do bolso, olha para a própria mão e aperta a mão do pm. Por fim, o suspeito coloca algum item no bolso de trás. A investigação apontou que o grupo especializado em contrabando de cigarros tinha a participação de policiais militares da região. Eles recebiam propina para facilitar as atividades fornecendo informações sobre operação policiais e também dando cobertura à ação dos suspeitos.
(vídeo) O homem com camiseta rosa também está incluído no inquérito da operação capital e durante a investigação ficou demonstrado que ele teria feito pagamento de propina aos agentes públicos.
A Operação Capital foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã de quinta-feira (9).
Aproximadamente 400 Policiais Federais cumpriram 162 mandados, sendo 96 de busca e apreensão e 66 de prisão preventiva nas cidades de Guaíra, Terra Roxa, Iporã, Francisco Alves, Umuarama, Cafezal do Sul, Altônia no Paraná e no Balneário Camboriú em Santa Catarina. Os mandados judiciais foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra.
A Justiça determinou ainda o sequestro de 31 bens imóveis e o bloqueio de contas em nome dos chefes da organização.
Ao longo dos 7 meses de investigação a PF produziu farto acervo probatório, tendo restado demonstrado que a organização criminosa chegou a movimentar até 750.000 maços de cigarros em apenas uma noite, o que em valor de mercado corresponde a aproximadamente R$ 3.750.000,00 (três milhões setecentos e cinquenta mil reais).
Delegado Pedro Henrique Turin de Oliveira explicou que o grupo com pelo menos 100 integrantes era formado por "olheiros" que alertavam sobre a movimentação policial na região. Oito policiais militares foram presos e um afastado das funções.