A Paixão de Jesus Cristo - Ensaiado por nosso coro infantil

3 years ago
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A PAIXÃO DE UM DEUS AMANTE - CANTO

A paixão de um Deus amante
Meditar, vinde cristãos
E contritos neste instante
Ah, chorai, chorai, irmãos
Já que foi nossa maldade
Que O fez tanto padecer
Ó, cristãos, por piedade
Com Jesus vinde sofrer

De temores assaltado
No jardim quando se viu
Todo o peso do pecado
Em sua alma recaiu!
Correu sangue do seu corpo
Numa grande profusão
Ele quase como morto
Curva a fronte até o chão

Judas vem, dissimulado
Vem fingindo o abraçar
O covarde e desalmado
Quer assim o atraiçoar
Do traidor imitadores
Sois vós, que ofendeis a Deus,
Modernistas, pecadores,
Sois iguais a estes judeus!

Entre mãos de vil soldados
Cai o nosso Redentor
E seu rosto profanado
Traz sinais de seu furor
Eu também, com que maldade
Meu Jesus, quanto pequei!
Vossa augusta divindade
Quantas vezes ultrajei!

Assim, preso e amarrado
É levado a Caifás
Por quem é mais maltratado
Que na casa de Anás
De mil modos afrontado
Nosso pio Salvador
Vê-se por fim condenado
Como vil blasfemador

E não só dos inimigos
Vêm-lhe causa de pesar
Um discípulo, dos queridos
Vem três vezes o negar!
Mas, o Redentor benigno
Com seu brando e meigo olhar
Fez nascer na alma do indigno
Um leal, vero pesar

Na presença de Pilatos
Ousa o povo preferir
O pior dos celerados
Ao Senhor que o vem remir!
Mas, indigna preferência
Tenho feito muita vez
Contra Deus, dando sentença
Preferindo a malvadez!

Que suplício horrososo
Meu Jesus quis padecer
No seu Corpo tão formoso
Um Soldado vil bater
O inocente é flagelado
Até sangue derramar
E eu, Senhor, que sou culpado
Nem meus crimes sei chorar!

A coroa, dor acerba
Sua fronte transpassou
Nosso crime de soberba
Desse modo condenou.
Vê, cristão, que muito gozas
E te entregas a folgar
Um cristão, não é de rosas
Que se deve coroar!

Já no ombro fatigado
Vai levando a grande Cruz
Para a morte condenado
O dulcíssimo Jesus
De ferido, de cansado
Vê-se três vezes cair
Tanto, ó Deus, vos há custado
Nosso crime redimir

No madeiro, enfim pregado
Uma voz solta: Perdão!
"Tende, Pai do céu amado
Dos algozes compaixão!"
Se sou eu, o injuriado,
Logo devo perdoar,
Mas se é Deus o ultrajado,
Sua honra irei vingar

A Jesus, manso Cordeiro
Sobe o insulto dos judeus
"Desce, dizem, do madeiro
Mostra a todos se és Deus!"
Não sãos cravos, povo insano
Prendem a quem é o Senhor
O que à Cruz o tem pregado
É seu forte e terno amor

Não, Jesus, do lenho duro
Eu vos peço, não desçais
Essa Cruz é leito puro
Onde à vida nos gerais
Ao liberalismo, sim, morramos
Que só ele é nosso algoz
Só por Vós, Senhor, vivamos
Pois morrestes só por nós!

Jesus morre, a natureza
Pasma e chora seu autor
Tudo veste de tristeza
Tudo manifesta dor
Tu, cristão, que vês as pedras
Estalarem de pesar
Ah, não queirais mais que elas
Insensível te mostrar!

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