Canto do Anu - Branco

3 years ago
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Anu-branco
O anu-branco é uma ave cuculiforme da família Cuculidae. Também conhecido como rabo-de-palha, alma-de-gato, quiriru, pelincho, pipiriguá (Ceará), piririguá, anum-branco (Rio Grande do Norte) e cigana (sul do Piauí).
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (guarani) e do (tupi) guyra = ave, pássaro.

Características
Mede entre 36 e 42 centímetros de comprimento, incluindo seus 20 centímetros da cauda, e pesa entre 113 e 168,6 gramas. É usualmente encontrado em bandos familiares.
O adulto da espécie apresenta coloração ocre-amarelada com uma crista desgrenhada, pele facial nua amarela, bico forte e curvo com uma bela coloração amarelo-alaranjada e íris variando entre o amarelo-alaranjado e branco-azulado. Ao redor dos olhos, um fino anel periocular amarelo pálido. O dorso e as coberteiras das asas são finamente estriados, as penas são escuras apresentando as bordas claras. As rêmiges são marrom enegrecidas. O uropígio é branco. A cauda é graduada, longa e apresenta belas retrizes, cada uma delas dividida em três partes com colorações distintas: camurça pálido na porção basal, preto no centro e, na porção distal, a cor é branca. A garganta, peito e ventre são pálidos com finas estrias escuras na garganta e no peito.
O juvenil da espécie apresenta as rêmiges com pequenas faixas brancas nas pontas, bico acinzentado, íris escuras e as retrizes acinzentadas.

ESPÉCIE SEM DIMORFISMO SEXL

O cheiro do corpo é forte e característico, perceptível para nós a vários metros e capaz de atrair morcegos hematófagos e animais carnívoros. Quando empoleira arrebita a cauda e joga-a até as costas. Anda sempre em bandos. São aves extremamente sociáveis. Sua vocalização é alta e estridente: “iä, iä, iä” (chamada e grito durante o voo); “i-i-i-i” (advertência); sequência fortemente descendente e decrescendo de melodiosos “glüü” (canto); cacarejo

Subespécies
Espécie monotípica (não são reconhecidas subespécies). (ITIS - Integrated Taxonomic Information System, 2015).

Indivíduo com mutação

Alimentação
É essencialmente carnívoro, comendo gafanhotos, percevejos, aranhas, miriápodes etc. Preda também lagartas peludas e urticantes, lagartixas, camundongos, rãs e filhotes de outras aves. Cospe pelotas. Pesca na água rasa; periodicamente come frutas, bagas, coquinhos e sementes, sobretudo na época seca, quando há escassez de artrópodes. Já foi visto na Região dos Lagos, RJ, predando pequenos caramujos-africanos.

Reprodução
Os seus ovos são relativamente muito grandes, tendo de 17 a 25% do peso da fêmea. A cor dos ovos é verde-marinho e uma rede branca calcária em alto relevo se espalha sobre toda a superfície. Tanto há ninhos individuais, como coletivos. A fêmea que construiu um ninho e ainda não começou a pôr os seus ovos joga fora os ovos postos ali por outras fêmeas. Joga também os ovos, quando a fêmea poedeira encontra o ninho onde quer pôr ocupado por outra ave. Os adultos nem sempre zelam bem pelos ninhos com ovos, abandonando-os. Os filhotes deixam o ninho antes de poder voar, com a cauda curta, e são alimentados ainda durante algumas semanas. Quando os seus ninhos são abandonados, às vezes são aproveitados por outros pássaros, serpentes e por pequenos mamíferos, sobretudo marsupiais.

Hábitos
Até certo ponto é beneficiado pelo desaparecimento da mata alta, pois vive em campos, lavouras e ambientes mais abertos. Migra para regiões onde era desconhecido e torna-se a ave mais comum ao longo das estradas. Devido ao seu voo lerdo e fraco, é frequentemente atropelado nas estradas e arrastado ao mar por fortes ventos. É atingido pela ação funesta dos inseticidas, fato tanto mais lamentável por ser muito útil à lavoura.
Gosta de apanhar sol e banhar-se na poeira, muitas vezes adquire plumagem com coloração adventícia, ficando fortemente tingida com a cor da terra do local ou de cinza e carvão, sobretudo se correr antes pelo capim molhado, o que torna suas penas pegajosas. Pela manhã e após as chuvas, pousa de asas abertas para enxugar-se. À noite, para se esquentar, junta-se em filas apertadas ou aglomera-se em bandos desordenados; acontece de um correr sobre as costas dos outros que formam a fila a fim de forçar a sua penetração entre os companheiros. Procura moitas de taquara para pernoitar. Esta espécie morre de frio no inverno. As aves arrumam as suas plumagens reciprocamente.
Animais carnívoros em geral são seus predadores naturais. Esta espécie é atacada por outras aves, por exemplo o suiriri, mas é reconhecida como possível inimiga da coruja, provavelmente a coruja-buraqueira. Algumas espécies da família Columbidae, como as rolinhas, se assustam com o aparecimento de anus-brancos. O anu-branco por sua vez enxota o gavião-carijó quando este pousa nas imediações do seu ninho.

Distribuição Geográfica
Ocorre do sudeste do Amapá e do estuário amazônico à Bolívia, Argentina e Uruguai.

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