O GRANDE ORIENTE se levanta | QuintEssência

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No contexto dos Jogos Olímpicos de Inverno, realizados em Pequim, este ano, o presidente russo Vladimir Putin foi recebido pelo presidente chinês, Xi Jinping, para uma importante reunião, na qual ambos os governos demonstraram sua aproximação e declararam, publicamente, suas intenções de proteger suas fronteiras e de combater o que foi classificado como "interferências externas”. No atual cenário de instabilidade global, especialmente na região da Ucrânia, numa crise diplomática envolvendo a Rússia, e também pelas pressões realizadas pela China em relação a Taiwan, esse tipo de aproximação entre as duas potências parece acender um sinal de alerta, não só no Ocidente, mas também em todo o mundo: será que Putin e Xi Jinping estão querendo formar uma aliança, um Grande Oriente?

Bom, naturalmente, o título deste vídeo é uma brincadeira; a expressão “grande oriente” é, comumente, utilizada pela maçonaria, para indicar um grupo formado por determinado número de lojas. Aqui, porém, eu me aproprio desse termo para trabalhar numa hipótese - a de que China e Rússia desejam formam uma aliança, algo como um eixo Moscou-Pequim, uma união de potências que se veem, de uma forma ou de outra, ameaçadas pela hegemonia dos Estados Unidos e de seus aliados, grupo de países classificados por eles como “Ocidente”, e cujo objetivo seria fazer frente à prevalência norte-americana na geopolítica atual. Ou seja, formam uma aliança do Oriente contra as forças do Ocidente.

Rússia e China já tiveram inúmeros atritos no passado. Não é necessário voltar aos séculos XIII e XIV, na época das conquistas mongóis, para observar esse fato. Voltemos apenas algumas décadas no tempo, na época da União Soviética pós-Stalin, e nos primeiros anos de governo comunista da China - ou seja, no final dos anos 50 e no decorrer dos anos 60. Naquela época, ambos os governos comunistas não conseguiam mais se entender, e o que antes fora concebido como uma cooperação para a expansão da ideologia comunista pelo mundo acabou se transformando numa rivalidade por áreas de influência e, em alguns casos, em pequenos conflitos envolvendo tropas de ambos os lados.

De fato, até mesmo após o fim da União Soviética, em 1991, algumas questões envolvendo a delimitação das fronteiras entre Rússia e China não ficaram plenamente sanadas, o que significa que a crise entre os dois países - crise essa que, segundo alguns historiadores, poderia ter se agravado ao ponto de se tornar um conflito nuclear - durou algumas décadas. Embora, felizmente, nunca tenha sido travado um conflito de grandes proporções entre os países, o fato é que Rússia e China nunca morreram de amores um pelo outro, e aproximações diplomáticas nunca foram muito bem-sucedidas. Pelo menos até os últimos anos, é claro, quando a coisa começou a mudar de figura.

#rússia #china #putin

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