Poesia "O Demônio" [Mikhail Lérmontov]

3 years ago
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Mikhail Iúrievitch Lérmontov (russo: Михаил Юрьевич Лермонтов, transliteração cient.: Michail Jur'evič #Lermontov, Moscovo, 15 de outubro de 1814 — Pyatigorsk, 27 de julho de 1841) foi um #poeta e romancista russo.
 
Lérmontov foi - junto com Alexandre S. Pushkin e Fiódor Tiútchev - um dos mais importantes representantes do romantismo da literatura da Rússia. Muito jovem, ligou-se a Pushkin e deixou-se influenciar por Byron. Oficial de um regimento da Guarda, foi deportado para o Cáucaso por duas vezes, sendo uma das deportações causada pelo mal-estar de um poema famoso seu,sobre a morte de seu mestre. Morto aos 27 anos de idade, também como Puchkin, em um duelo, não pôde demonstrar ao mundo todo o seu gênio literário. Crítico feroz da vida e da sociedade.

#Poesia "O Demônio" [Mikhail Iúrievitch Lérmontov]

Eu sou aquele que escutavas
No silêncio da meia noite,
Cujo pensamento sussurrava à tua alma,
De quem a tristeza vagamente percebias,
Cuja imagem povoava os teus sonhos. 
Eu sou o olhar que aniquila a esperança;
Eu sou aquele de quem ninguém gosta;
Sou o chicote de meus servos na terra,
Sou o príncipe do saber e da liberdade,
Sou o inimigo dos céus, a desgraça da natureza, 
E, olha, estou aos teus pés!
A ti ofereço com ternura
Esta silenciosa oração de amor,
O meu primeiro tormento terrenal
E as minhas primeiras lágrimas. 
Oh! Escuta, por piedade!
Ao bem e aos céus poderias
Devolver-me com tuas palavras.
Coberta pelo sagrado manto de teu amor,
Lá eu me apresentaria, 
Como um anjo novo com um novo esplendor.
Oh! Somente escuta, suplico-te,
Sou o teu servo, eu te amo!
Assim que te vi,
Repentinamente comecei a odiar em segredo 
A imortalidade e o meu poder.
Passei a muito invejar a meu pesar
As nunca plenas alegrias mundanas;
Não viver como tu deixa-me combalido,
E terrível seria viver separado de ti. 
Em meu coração sem sangue um súbito raio
Fê-lo novamente pulsar,
E a tristeza no fundo de uma velha ferida
Começou a mover-se como uma serpente.
O que é, para mim, essa eternidade sem ti? 
Minhas posses infinitas?
Vazias e estentóreas palavras,
Um templo amplo – sem uma deidade!

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