A RÚSSIA pós União Soviética (De Boris YELTSIN a VLADIMIR PUTIN)

2 years ago
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A Federação Russa como país independente, nos moldes como vemos hoje, é relativamente nova. Tendo surgido da fragmentação da União Soviética, no final de 1991, a Rússia é a maior de todas as ex Repúblicas soviéticas. Nesse vídeo iremos ver como foi o processo de reconstrução da Rússia como país independente, pós União Soviética, indo desde o governo Yeltsin com as suas famosas privatizações até Vladimir Putin com seu plano estratégico de crescimento da Rússia a partir da exploração consciente dos inúmeros recursos naturais de seu país.

1 de janeiro de 1992, literalmente do dia pra noite a Rússia passa a ser um Estado independente, enorme, abrangendo onze fusos horários. 7 décadas de União Soviética haviam desaparecido e com ela aquele modelo burocrático baseado em planejamento central para a economia. Era praticamente uma anarquia, onde quase tudo teria que ser iniciado praticamente do zero. Não existia estado de direito comercial, base para contratos, canais estabelecidos ou regras para o comércio.

Boris Yeltsin foi o primeiro presidente da Federação Russa. Ele pegou um país esfacelado, ainda desorientado com os recentes acontecimentos, quase uma anarquia que ele precisaria construir uma espécie de ordem para conseguir governar.
Yeltsin era o típico político bonachão, alcoólatra, contracenou momentos cômicos inclusive com o ex presidente americano Bill Clinton, naquilo que era pra ser um discurso e se transformou num show de standup. Ou quando subiu no palco de um show e começou a dançar alucinadamente.
Apesar disso Yeltsin sabia ser ríspido e usar a força se preciso fosse e foi exatamente isso que aconteceu no ano de 1993. Sofrendo forte oposição do parlamento que o impedia de conduzir suas pautas governamentais, Yeltsin convoca o exército, naquilo que foi uma situação que mais parecia ser tirada de um filme, com canhões dispara em direção ao Parlamento Russo. Naquilo que ficou conhecido como a crise constitucional russa de 1993. Pouco tempo depois outra constituição é reescrita dando mais poderes e autonomia a Yeltsin.

Em novembro de 1992, o presidente Yeltsin adotou essa abordagem no Decreto 1.403, que tratava da privatização da indústria petrolífera. A nova lei previa três empresas petrolíferas integradas verticalmente — Lukoil, Yukos e Surgut. Cada uma delas combinaria áreas de exploração e produção de petróleo com sistemas de refino e de comercialização. E acabariam se tornando algumas das maiores empresas do mundo. O Estado manteria participação substancial na estrutura de propriedade durante um período de transição de três anos.

Acontece que, em 1995, o governo russo precisava desesperadamente de recursos. Uma das soluções encontradas pelo governo Yeltsin ficou conhecida por “empréstimos em troca de ações”. Que consistia na seguinte cinemática: Empresários emprestariam dinheiro ao governo russo e teriam como garantia ações de empresas de petróleo e outras a preços especiais, caso o governo, como era bem esperado, não honrasse o pagamento dos empréstimos, as ações acabariam nas mãos dos credores, que, portanto, passariam a controlar essas novas empresas.
Nesse contexto, surge a figura de Mikhail Khodorkovsky que com uma visão semelhante à de Rockfeller emprestou ao governo russo US$309 milhões e acabou adquirindo o controle das ações da Yukos. Anos mais tarde Khodorkovsky que por pouco não foi o homem mais rico da Rússia nos anos 2000 acabaria preso por severas desavenças com o presidente Vladimir Putin e sua empresa, a Yukos, acabaria sendo desmantelada e integrada pela Rosneft, a maior empresa de petróleo da Rússia, com participação majoritária do governo russo.

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